quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Xícara de Fogo Capítulo 4

Tô ficando atoladinha, tô ficando atoladinha!!!


Previously On Xícara de Fogo - Depois da confusão para decidir quem iria com quem para o tão esperado dia de Ação de Graças e do conturbado embarque, estavam todas a caminho do quartel general das velhotas agora era só curtir o campo e desfrutar de tudo que a natureza pode oferecer...

Enquanto Virgínia esperava debaixo da árvore de carambolas comendo todos os frutos, as caravanas começavam a chegar, e de longe já se via o bombomóvel que mesmo sujo de lama parecia estar novinho, já que a cor da lama e do carro era praticamente a mesma. Quando tudo parecia ter sucedido bem, começa a dor de cabeça, como havia chovido bastante, logo de cara a Fiorino fez o grande favor de atolar, e como dentre todas as velhotas, era impossível dizer qual era a mais preguiçosa, todas ficaram dentro do carro esperando o carro de Vera chegar para que assim pudessem sair do lugar, no entanto, o carro de Vera parecia estar bastante longe pois demorava a chegar, daí então as velhas começaram a tomar uma iniciativa e decidiram em conjunto desatolar o carro, todas se posicionaram atrás do veículo e começaram a dar tudo de si (principalmente Wal que sempre dava tudo de si), com um pé no pedal, Maria tossia e espirrava constantemente com a fumaça que saia do motor de seu carro, parecia que nada iria desatolar o calhambeque, até que então Bijout, se lembrando dos ensinamentos de Édna resolve então fazer uma esteira com gravetos espalhados pelo lamaçal, a idéia parecia ótima, não fosse a burrice de Bijout ficar próxima a roda do carro, porque quando o pneu do carro parecia dar sinal de resistência, um jato de lama certeiro lambuzou a cara de nossa pobre Bijout derrubando-a no chão, e que com gritos de “estou afogando, estou afogando” se debatia no chão parecendo um peixe fora do aquário.
Felizmente o esforço de Bijout não foi em vão, pois apesar de ter se tornado um barro humano o carro pode finalmente sair da lama, graças as suas pernas que durante a sua queda ficaram debaixo dos pneus do carro fazendo assim com que o bombomóvel desatolasse e pudesse enfim encerrar sua viagem na porta da sede possibilitando uma fácil descarga de todas as bagagens das velhinhas... E você deve estar se perguntando: “E Virgínia? O que ela fez?” -- Quer saber mesmo? A filha da mãe continuou sentada degustando as maravilhosas carambolas sem agrotóxicos...
Depois de muito tempo, não se sabe ao certo o porquê (só se sabe que um bando de peões apareceram no meio do caminho), o carro de Vera finalmente chega, elegante, exuberante, magnífico, magnânimo e atolado, não adianta, nem toda exuberância do mundo era capaz de enfrentar o temido atoladouro logo na entrada do recinto, e da-lhe esforço novamente para tirar o carro do lugar, mas dessa vez, quem tomou a jatada de lama na fuça foi Wal, que num ato de reflexo lambeu toda a lama imaginando ser outra coisa (credo, essa é mais porca que a esposa do porco) e em seguida ficou olhando espantada para todos com quem diz “Que que foi? Nunca lambeu barro naõ?”, obviamente que todas pensaram em responder que não né...
Usando a mesma técnica, Édna fez uma esteira para fazer o carro desatolar, e sem muito esforço tirou o carro do lugar e aproveitou para dar uma lição de como sobreviver em áreas de completo alagamento...
Com as queridas idosas desatoladas, já estava na hora de botar as coisas pra dentro (sem duplos sentidos Walkíria, por favor.) pois ainda chovia e as coisas não poderiam molhar... (percebeu que agente quase nunca fala do waw-waw, é que nessa hora ele tava parado observando todo mundo trabalhar e não fez nada, a não ser dar uns palpites legais como: “carrega isso”, “põe isso ali”, “eu to cansado demais”, “abaixa esse som”...)...
A velharada estava puro barro, e em poucos minutos a casa também ficou imunda, daí Maria deu a maravilhosa idéia de lavar a casa, pois já estava toda empolada com o barro que encostara em suas pernas, baldes de água pra lá, sabão em pó pra cá (e waw-waw deitado na cama, eita gato manso!) em algumas horas a casa já estava um brinco, mas mesmo depois de pronta Maria continuou com sua mania de limpeza pois temia pegar um infecção generalizada dentro daquele ambiente, não que nossas velhas pudessem transmitir tal patologia (tirando Dóroth é Claro), mas pra Maria, qualquer doença era possível...
A comida estava à disposição (e Walkíria era o prato principal), porém nada vem de graça, e tudo teria que ser colhido, mas quando disseram que o prato da noite seria mandioca, instantaneamente Wal se precipitou em apanhá-las, justificando ser especialista nisso, é claro que ninguém discordou, mas no entanto, não permitiram que ela apanhasse as mandiocas tendo em vista que ela sozinho no mato cercado de mandiocas do tamanho de uma tromba de elefante não poderia dar em boa coisa, mas como ninguém fica de braços cruzados nessa casa, sobrou para ela a função de esfregar a mandioca, o que acabou sendo até bem mais excitante pra ela (que agradecia com risinhos despistados)...
Já que Wal não pegaria as mandiocas, Edna se prontificou a fazer, arrancando um facão bem do meio das suas tetas gigantes e indo para o mato pegar as exuberantes mandiocas.
Enquanto Maria se preocupava em expulsar todos os seres invasores, Edna arrancava a comida da terra e Wal ia esfregando e tirando toda a terra da mandioca, ta, mas e o resto? Bem, o resto ficava olhando e fazendo comentários maliciosos a respeito da perspicácia que Wal tinha pra mexer com coisas semi-cilíndricas, menos Virginia que não tinha tempo pra falar mal de ninguém já que estava sempre com sua boca ocupada (não que Dóroth não mantivesse a boca ocupada também), comendo as bananas de um pé que tinha acabado de derrubar...
De repente se ouve murmúrios de Wal na beira da pia, se queixando da falta de água, no mesmo momento Vera se lembra da bomba d´água que fornecia água para toda a casa, Vera então desce até o açude onde se situava a bomba e começa a verificar as avarias causados pelo mal estado de conservação do equipamento, com muito esforço tudo é resolvido, após alguns naufrágios de Vera dentro do açude...
Enfim chega a hora que Vírginia mais gosta, a hora da comida, e sobra para Amélia a função de ficar ouvindo as amolações da velha gorda perguntando a cada dez segundos se a comida já estava pronta, para não ter que aturar ela puxa uma canção acompanhada pelo coro que jogava truco na mesa logo ao lado “Eu cantava truco Zé!!” e todos os viciados da mesa gritavam “e o Zé ribava seis”, e num quase coral da Emmel todas finalizavam a canção “Era mentira ela não tinha nadam, daí eu trucava e perdia seis...” assim foi até o anoitecer, com muito jogo e muita cantoria, já que a vitrola finalmente pode começar a rolar, digo finalmente pois graças a um incidente quase que nossas velhinhas ficam sem som durante o feriado mais esperado do ano, tudo porque nossa querida Edna confundiu o cabo de força com uma cinta de guerra e o amarrou na cintura, se Danúbia não tivesse notado o ocorrido a data passaria mortalmente sem graça, já que sem som ninguém ia agüentar a cantoria desenfreada de Amélia...
Quando a festa parecia caminhar para um completo desanimo, Danúbia toma as rédias (sim ela mesma, acho que já estava na hora dessa velha fazer alguma coisa legal) e começa a servir aquele maravilhoso chá preto em suas lindas xícaras compradas com o carnê de mercadorias do baú (ehhhh Sílvio), acho que depois de se embriagar com o chá Danúbia encarnou um vencedor e acabou limpando a mesa em quase todos os jogos que participou, tendo perdido apenas a partida mais importante de Ludo (8 horas de jogo) que ficou nas mãos de Dóroth (também pudera, tantos anos beirando as mesas de jogos em seu puteiro, experiência é que não falta...).
E assim foi durante toda a noite, bebendo, comendo e jogando (tanto jogando os jogos como também a conversa fora né) e o dia começou a raiar e todas perceberam que já era a hora de se entregar ao sono profundo (e que profundo suspirava Wal), já estava claro, e foi justamente com o sol de pé que elas foram dormir depois de uma tremenda festa (regrada a quilos e mais quilos de rabanada e mandioca)... ... ...
OBS: Os relatos do fim de noite não puderam ser contados pois foi impossível permanecer no recinto devido ao mal cheiro gerado pelas comidas em excesso que provocaram flatulências venenosas(das quais waw-waw cheirou todas com prazer), obrigando assim a produção do Xícara de Fogo a se ausentar deste momento.
O Xícara de Fogo pede desculpas por não dar cobertura total ao evento, mas prometemos voltar na próxima semana com a continuação dessa aventura incrível, até a próxima e não deixem de comentar!!!

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Xícara de Fogo Capítulo 3

A fuga das “Galinhas”

Previously On Xícara de Fogo – No capítulo anterior, nossas amáveis velhotas encerraram os preparativos para o grande dia de Ação de Graças, estava tudo pronto para a partida.
Hora de fugir do caos urbano e acompanhar conosco uma bela aventura meio a arvores e formações rochosas de mais de cem mil anos, quase da idade de nossas boas velhinhas, aproveitem agora um passeio pela natureza, cheio de mistério, ação e aventura (chamadas marketeiras de filmes do Didi da década de 90)...

Chega o grande dia, hora da partida, todas as velhas já sentem a brisa do campo na suas faces enrugadas que mais parecem um pastel de feira, ligações pra lá, ligações pra cá, “Eu vou com a Maria”, “Eu vou com a Edna”, todas se excitavam com a idéia de que ficariam dois dias longe de todo o caos gerado pelas famigeradas fábricas da cidade de Formiga, que trabalhavam a todo vapor para dar conta do recado, e produzirem todos os utensílios para o dia de Ação de Graças, eram velas, adornos, comidas e uma infinidade de artefatos festivos que garantiam a alegria nessa data tão solidária...
O problema inicial foi dividir quem iria com quem, já que eram muitas velhas para apenas dois veículos. Maria tinha um possante, uma Fiorino marrom, com rodas aro 15 e vidros fumê que mais parecia um bombom sobre rodas de tão feio. O outro veículo era de Vera, uma Silverado cabina dupla que ela havia conseguido comprar graças à uma indenização que recebeu de um processo em que ela foi acusada de desacatar um oficial de polícia em “praça pública”, mas que por fim se dissolveu de uma maneira positiva para Vera, já que ela conseguiu provar sua inocência apelando para o Dicionário Aurélio onde encontrou a diferença pluralística da palavra “morada” cuja atribuição correta na frase “Os cidadãos em suas * morada *...” seria “Os cidadãos em suas ! moradas ! ...” tendo assim, a inversão do processo e a penalidade do órgão de segurança pública (PMMG) referente ao pagamento de uma bolada, o suficiente pra deixar Vera bem de vida, mas no entanto, toda essa baboseira de nada serve para a conclusão das caronas para a festa, se assim pode ser chamada a reunião solidária. No início, o interesse de todas as velhas se mostravam para com Vera, que possuía o melhor carro, mas como no fim das contas não caberiam todas num mesmo automóvel, elas optaram por um sorteio, tiraram no “pauzinho” ou “palitinho”, entendam como quiser (Wal intendeu no sentido literal (e que sentido!!!) quando disseram isso), e a decisão final foi a seguinte: no Bombomóvel iria Maria, Danúbia, Bijout e Amélia, enquanto que na Silverado iria Vera, Dóroth e Walkíria (disputando o câmbio da marcha), Edna (na carroceria) , e waw-waw correndo atrás do carro já que ninguém queria levá-lo...
De início, Vera partiu da sua casa pilotando aquele carrão, no caminho atropelou uma xará de idade, uma velhinha de muletas, não prestou socorro e pra piorar xingou a velha que estrebuchava no chão, a primeira parada foi na casa de Edna, que quando ouviu a buzina saltou o muro de sua casa segurando nas mãos uma vitrola que animaria a festinha, eita velha esperta, em seguida partiram para a casa de Dóroth, que sentada na frente do vídeo cassete chorava ao ver cenas glamorosas de sua carreira como atriz (pornô), Vera num grito esganiçado chama a amiga que despistando limpa as lágrimas e veste suas roupas, sim, ela estava nua, assistindo o filme da década de 40 e se comparando num espelho, coitada, como ela já tinha sido boa... No meio do caminho, enfrente a uma lojinha de conveniência para putas (vulgo sex shop), encontraram Walkíria, comprando alguns brinquedinhos para a farra que se seguiria, já com o carro na estrada e quando ninguém mais esperava por ele, ele aparece, waw-waw, o gato mais esperto do mundo chega como um raio na frente da Caminhonete e incrivelmente dispara na frente da Silverado...
Agora era só curtir a estrada, que em poucos minutos estariam lá, foram balançando as mãos e cantando algumas canções de padre Marcelo Rossi ... “Tem anjos voando nesse lugar...”, “O senhor tem muitos filhos...” e foi assim até chegar...
Enquanto isso, do outro lado da cidade, na outra “Caravana da Alegria do Celso Portiolli”, que mais parecia uma caravana para o programa Tentação do Sílvio de tantas velhas, o restante do “asilo” começava a embarcar...
Maria estava em sua casa, depois de algumas ligações terem dado resultado, tudo já estava decidido, e enquanto esperava as outras velhotas chegarem no hospital para irem rumo ao campo (Maria já quase que morava lá, tratamentos e vários remédios por dia deixavam a coitada dopada). Bijout foi a primeira a chegar, se encontrava cheia de expectativa e feliz por poder estudar história global junto com suas amigas (até parece que alguém iria parar pra estudar na festança que estaria por vir) a sua mochila estava pesada, cheia de livros velhos, desatualizados, e mal comportados na mochila, ela quase não lembrou de levar roupas, o que não interferiu em nada já que suas pelancas cheias de macuco se dobravam sobre sua genitália servindo muito bem de tanga. Danúbia chegou logo depois com toda sociabilidade (nenhuma) e sendo pega por enfermeiros que a confundiram com uma raquítica paciente do hospital, chegaram até a injetar um calmante nela, para evitar que ela resistisse à captura, mas logo o mal entendido foi desfeito, porém Danúbia estava dopada e ao contrário de sua normalidade cantava alto no hospital, incomodava todo mundo. A situação ficou pior quando Amélia chegou, escutou, e se ajuntou ao coro com gritos sertanejos “Casou, casei, complicou, compliquei....”...
Maria desesperada, junto com Bijout correu em direção a Fiorino, as duas então organizaram as malas das garotas (adoravam ser chamadas assim) e gritou para que todas entrassem no carro, Danúbia já cambaleando pelo efeito das drogas que injetaram nela, capotou pela escada central, Amélia aproveitou e colocou ela deitada no capo do carro, e todas saíram para alcançar as outras, que já se encontravam na estrada...
Como já era de se esperar, Virgínia chegou atrasada pois estava terminando de degustar uma suculenta feijoada e não conseguiu embarcar na caravana, acabou tendo que ir a pé, o que pra ela deve ter sido um esforço tremendo tendo em vista que carregar duzentos quilos não deve ser nada fácil muito menos agradável, sem contar que o depois de uma feijoada qualquer caminhada pode ser fatal... bom seria se fosse... se bem que pra enterrar esse “mundo” todo só se jogassem ela no mineirão e cobrissem com terra , mesmo assim tenho certeza que o umbigo dela ficaria de fora e ainda assim serviria de lagoa (maior que a Pampulha)....
Agora sim estavam todas na estrada, a Silverado voava baixo pelo asfalto e deixava o bombomóvel comendo poeira, mas a história mudou quando o asfalto acabou e deu início a uma dolorosa estrada de chão, e foi lá que a Fiorino chocolate disparou na frente e conseguiu chegar primeiro que a maravilhosa Silverado da Vera, pois tendo Vera ciúmes do seu carrinho, não permitiu que acelerassem mais do que 69 km (sugestão de Wal)... Mas se você se surpreendeu com a desenvoltura da Fiorino, surpreenda-se mais a ainda, pois no meio do caminho, lá vinha ela, esbelta, elegante e rolando.... Virgínia, atropelou todo mundo e sumiu na frente, aproveitou a seqüência de morros e deitou e rolou literalmente pelo chão, acabou chegando primeiro e ainda teve tempo pra comer uma panqueca que estava guardada no seu bolso até que as outras idosas chegassem...
Mas a chegada, e várias outras aventuras ficam para o próximo capitulo, não percam!!!

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Xícara de fogo Capítulo 2

A xícara borbulha e as velhas fervem.


Previously On Xícara de Fogo – Você foi apresentado a essas velhas quem não tem onde cair mortas, mas se caírem, darão um bom adubo...

Mais uma ensolarada tarde de sábado e uma reunião para os preparativos do dia de ação de graças, que seria logo no próximo dia.
Na casa de dona Walkíria, que como sempre se encontrava em sites pornô no seu quarto, estava toda esprivitada (excitada, prefiro esconder alguns termos, ela não), até que tocam a campainha pela primeira vez... pela segunda... pela terceira,(ela estava muito ocupada) então ela abre. Dóroth, Amélia com um jogo de xícaras na mão, Bijout e, tricotando no sol, Danúbia. Todas percebem logo de cara que Walkíria estava ofegante e um pouco suada mas preferiram não comentar nada pois já conhecem os hábitos de sua amiga pervertida, por mais que sentiram um certo nojo.

Amélia, como de costume já foi entrando, cantando com voz esganiçada de seriema, alguns sucessos sertanejos que lhe agradavam muito:
--- Hoje a giripoca vai piá, vai. Vai piá a noite inteira vai...--- Pobre dela pensar que canta bem. Logo já se vê waw-waw correndo pela janela a fora tentando fugir da louca que entrava na casa.
--- Desliga essa vitrola!---berrava o gato---que dor de cabeça desgraçada.

As outras se cumprimentavam com beijinhos, e abraços. A roupa que Dóroth usava fez Walkíria se lembrar do filme que assistia agora a pouco (Onze Mulheres e Nenhum Segredo): decote muito baixo porque para chegar nos peitos caídos dela, tinha que ser em baixo mesmo. E Danúbia com cara de canseira escutava algumas explicações de Bijout que não parava de falar das maravilhosas construções greco-romanas em contradição às construções atuais e suas respectivas funções (pedante não?).
Entrando na casa, atravessando a sala até cozinha, um susto: waw-waw atacava a bandeja de biscoitos, comendo uns 10 de uma vez só. A puta, ó quero dizer, Dóroth, já tirava o tamanco de salto híper alto (ela sempre pensou que mais alta conquistava mais fregueses, se é que vocês me entendem) a lançar no gato. Walkíria segurou sua mão rápido, tomou o tamanco de sua mão e atirou ela mesma o tamanco no gato mas estava meio sem força na mão (ela tinha gastado tudo que tinha agora a pouco). O tamanco cai antes de chegar ao seu destino e o gato sai rindo de sua cara.
Uma voz rouca e cansada tenta gritar do lado de fora de casa, Bijout abre a porta já sabendo que a única que não alcançaria a campainha seria Maria que se encontrava na cadeira de rodas graças a dormência súbita nas pernas adquirida a uma semana atrás sabe-se lá onde, ela arruma mais doenças que mendigo de lixão. Puxando a cadeira de roda, Bijout e Maria entram na casa com cuidado, porém Bijout se distrai com um quadro na parede da sala, que a fez lembrar da época que os escravos eram tratados com carinho pelos colonos e como reis pelos senhores feudais, então ela pensou --- Tem algo errado nisso... deixa pra lá --- mas ao perceber a cadeira de Maria já havia rolado pela escada que ligava a sala na cozinha e sua testa já estava sangrando igual menstruação (coisa que ela não tinha a muito tempo), como sua diabetes era forte e feridas não se fecham nessas condições, o estancamento de sangue teve que ser feito com um pano de chão por ela mesma (em meio a tantas doenças uma AIDS aí não seria nada então as outras velhas preferiram ficar longe dos machucados).
Após a mesa arrumada, o conjunto de xícaras comprando no canal do polishop junto com um processador de alimentos que tritura esmaga e depois escarra tudo que você usou, que Amélia trouxe posto, todas começaram a contar seus casos da semana:
Bijout, como sempre, começou a falar:
--- Senhoras, prestei o concurso da prefeitura pra dar aula no Miralda, mas as instrutoras de lá disseram pra mim comparecer a escola levando duas canetas, lápis, borracha e dois tabletes de maconha pra entrar, não consegui acha a borracha pra comprar.
--- Seda ceramidas, é até bom, mas garnie fructs e´o melhor, deixa seus cabelos bonitos e sedosos e 10 vezes mais fortes, olha pra você ver--- Amélia mostrando seus lisos cabelos (toda novela merece uma propaganda).
Maria reclama:
--- Eu uso garnie e puxa meu cabelo pra você ver.
Dóroth que sentava ao seu lado faz um teste, e um tufo de cabelo escorre pela sua mão.
---Peguie impinge de gato---olhando feio pra waw-waw--- meu coro cabeludo todo foi afetado.
Todas se afastaram rápido da mesa com medo de contágio. Dóroth desfaz do monte de cabelos em sua mão sem frescura nenhuma (te garanto que ela já viu coisa mais nojenta que essa em suas ocupações diárias).
Danúbia se pronuncia:
---... ... ... ... .
Virgínia chega entrando, sem bater, e já solta um grito lá do fundo:
--- Se não tiver vaca atolada com feijoada no dia de ação de grassas eu não vou.
A velha Walkiria, já com a pressão regulada, começa a servir o chá e percebe que ainda faltam duas velhas na mesa e logo a pensar já se escuta uma reclamação vinda do fundo da horta de sua casa, só que do lado de fora do muro.
--- Puta que @#$% pariu, nunca mais te sigo, você só me mete em coisas complicadas, como você quer que eu pule essa porra de muro sem equipamentos adequados?
--- Assim oh.
E com um salto assaz espetacular se vê Edna saltando pelo muro dos fundos toda suja de terra entre suas rugas (imagina que ela nuca conseguiu remover isso), todas as velhocas, por mais acostumadas umas com as outras, ainda acham assustador a velha Edna de mais de 90 anos pulando desse jeito...
Lá atrás do muro a voz reclamava novamente
--- Puta que @$&*# pariu, como você faz isso? Eu ainda fico te seguindo. Vai toma no c$%¨&u.
Enquanto Edna se dirigia a mesa Vera entra pela porta da frente indignada com a vida, murmurando reclamações como sempre.
Começaram a comer, comer, comer, comer. (nunca escrevi esse verbo tantas vezes assim) comeram feito putas virgens no cio. Também pudera né, todas aproveitaram que a comida era toda da casa da Wal, (burra ela fazer isso).
Na hora de decidir o que levariam pra casa onde passariam o dia de ação de graças, Virgínia já manda o primeiro palpite --- rabanada por favor, pelo bem do planeta (sua barriga)--- todas tiveram que concordar porque se ela desse um ataque cardíaco lá ninguém ia conseguir move-la nem um passo sequer.
--- Então agente leva. Vamos levar também uns vitelos pra tirar a barriga da miséria (a comida no azilo não era nada boa).
--- Quem falou isso?Perguntou Dóroth.
Por incrível que pareça a voz rouca e caroquenta era de Danúbia que falou pela primeira vez hoje.
Todos se entre olharam e Virgínia quebrou o silêncio­ --- Batata, muita carne, muito chá, muitas rosquinhas, muita salsicha...
--- Muita salsicha?? uhummm (Walkiria imaginado coisas). Intão está combinado, dexa que eu levo os filmes originais da minha coleção particular.
Todas reprovaram, principalmente Doroth que estava em todos.
--- Levaremos jogos de tabuleiros, quem sabe umas cartas e muita linha pra fazer crochê? Se não eu não vou e pronto. Se não tiver isso eu não vou. (Vera nunca estava satisfeita com nada)
--- Se levarmos o War de Danúbia, nós poderias retratar as guerras mundiais e invasões secundárias elevando assim nosso conhecimento sobre história e rever cada atitude por país tendo em vista sua situação econômica, e político-social no momento histórico citado...
--- Cala a boca.Ordena Vera a Bijout.
--- Cada uma leva um pouco de cada coisa e eu levo as cordas, os equipamentos de rape e escalagem.
Todas olharam de modo estranho pra ela, mas preferiram ignorar.
--- Amanha agente pega a vam do azilo e partimos pra lá e eu levo a discografia do Xitão e meus cremes pra cabelo que evitam o ressecamento em locais de campo.

Sexta que vem tem mais...

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Xícara de fogo (Capitulo 1)

“Não me interessa se ela é coroa, panela velha é que faz comida boa...” .Soava mais
uma vez no velho rádio Sansui-Garrat-Gradiente de 69’’ da turma de velhinhas que sempre se reuniam para contar casos e mais casos do tempo da arca, aliás, “velha” e seus sinônimos serão palavras que vocês vão ouvir muito daqui pra frente...
Pois sejam todos bem vindos ao fantástico mundo de Xícara de Fogo!!! Desculpem, vou parar logo com essa papo furado, porque de fantástico mesmo só o waw-waw, um belo gato siamês que só sabe comer, dormir e resmungar!!!!!!(Dizendo como se anunciasse o super homem na TV) -“beleza, mas o que tem esse gato de tão fantástico?” Você deve estar se perguntando agora. Olha só o nome dele!! Percebeu, “waw-waw”??? Caramba, num é possível que não sacaram, se tivessem olhando para mim eu estaria fazendo aquele bom e “velho” gesto com os dedos de “Intendeu, intendeu”... puxa vida, num acredito que vou ter que explicar que o nome do gato é uma onomatopéia de latido de cachorro??? - “ahhhh porque não falaou antes!!!!”
Tá bom, tá bom, também num é nada interessante esse gato idiota... Eu nem sei o porque comecei a falar desse gato, ahh sim lembrei, é que ele morre no final...
fim .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... .... ....
Agora sim chega de palhaçada, vamos ao que interessa. Bom, primeiro, quem é waw-waw? É um gato, já disse, seus donos, quer dizer suas donas , ou melhor, ah deixa pra lá...
Waw-waw é criado por um bando de velhas, com o perdão da raiva, mas é que essas velhas são fodas, tem cada uma pior que a outra que só de pensar já me da náuseas, pra começar, vamos ordena-las por idade né, que é o que elas tem de maior, primeiro vamos a velha Danúbia, eita velhinha esquisita, caladona, com uma voz de pato muito estranha, fica só tricotando, parece a vó do pato Donnald, se pesar 35 kg é muito, adora um carteado e é viciada em cacinos, fuma demais, acho que seus pulmões já viraram carvão, sua melhor amiga é a velha Bijout, essa sim é um pé no saco, uma professora aposentada e revoltada com a vida que só começou a dar aula aos 60 anos por não conseguir se formar nunca, e se aposentou aos 65 pra receber a grana da aposentadoria que gasta prestando concursos públicos que nunca passa, pra variar, seu forte é História, também né, tava lá com Napoleão, Cleópatra e até com o Homem de Neandertal de tão velha, se não for seu ramo a História , só sobra pra ela o ramo de velório, essa já passou da hora...
Para piorar ainda mais o grupo, essa trupe conta ainda com a velha Vera, que soa meio cacofônico, mas é assim mesmo, ela adora os duplos sentidos da vida e adora também brigar com a vida, sofre de terríveis reumatismo, doenças cardiovasculares, algumas solitárias na cabeça e cisma em dizer que é super saudável, só porque compra a dieta do emagrecimento Dream Week da Luciana do super pop, coitada dessa velha, será que ela pensa que vai casar com o Mick Jagger? “Acho que ele pensa que é a mãe dele”...
Como toda galera sempre tem um pra atrapalhar, na hora de correr, brincar e nos exercícios em grupo, nessa também não é diferente, aqui existe a Virginia, uma velha balofa que ao contrário de Danúbia pesa cerca de sete vezes mais, vive numa dieta constante regrada a pão de queijo, bacon, torresmo e uma bela feijoada nos fins de semana, essa sim se preocupa com a saúde, é estranho pensar que uma pessoa assim tenha vindo justo do Ceará, um lugar tão pobre onde a maioria da população não tem o que comer, talvez seja esse o motivo dela ter fugido de lá as pressas, já imaginou que belo toicinho ela não daria. Pois é, não foi só os famintos do Ceará que viram nela um toicinho, Amélia, a velha mais louca de todas também via isso, tanto que quando se conheceram foi numa situação inusitada dentro de uma churrascaria em que Amélia correu atrás de Virginia gritando: “peguem o porco, peguem o porco!!!” . Por falar na Amélia, lembra da música que tocava no rádio no começo da história? Pois é, era dela, Amélia é uma amante da música sertaneja, vive cantando os sucessos de Xitão e Xororó em todas as reuniões, o pior é que ela pensa que canta bem né, coitada, ele pensa que é boa em tudo que faz, tem um cabelo liso ao extremo e acha que isso é motivo para obrigar todas as amigas velhas à chamarem de Sindel do Mortal Kombat, um jogo que na infância dessas velhotas chegou a fazer um certo sucesso...
Se você pensa que no meio desse asilo só existe velha biruta, está enganado, existe uma heroína entre elas, se chama Edna, viúva de combatente da primeira guerra, Edna é muito forte, carrega nos ombros o peso de cuidar sozinha da família e na cintura duas facas, uma granada e uma pistola, herança que recebeu do falecido marido. Edna está sempre disposta a tudo, viaja bastante tentando recuperar a juventude, mas não percebe que a cada viagem volta mais velha. Idade é uma coisa que Maria, a velha mais doente do mundo, nunca se preocupou, mesmo porque aos 5 anos já sofria de dores renais e refluxo estomacal, mas logo aos 15 anos tudo passou quando por uma cirurgia clandestina, foi retirada dela o estomago e os rins, o que permitiu que Deus desse a ela novas doenças tais como claustrofobia, medo de escuro e cancro mole (nome cientifico: vagina murcha (não, você não escutou “Virginia murcha”, isso é impossível)) . Já que estamos falando de DSTs, não custa falar de quem realmente conhece do assunto a máster puta, perdão uma ex-garota de programa (garota com bondade, ficou nessa vida até os 80), seu nome é Dóroth, é ela mesma, aquela que você sempre vê passar nos créditos de encerramento de Emanulle, Brasileirinhas e tantos outros que você esquentou o badalo ai sentado no sofá da sua casa, pois é, infelizmente ela seria muito rica, se não fosse o terrível incidente que ocorreu no seu puteiro, que por sinal era um luxo. Na década de 20, Dóroth administrava uma casa de vadias nos arredores da cidade de formiga, conhecida como Boite Trevo, mas uma manada de marimbondos-boi atacou todas as meretrizes do seu puteiro decretando a falência da nossa querida Dóroth (como era querida, ai ai, acho que vou ali no banheiro...), que teve que pagar indenização a todas as mulheres da vida que surpreendentemente trabalhavam de carteira assinada, o que só piorou a situação da velha Dóroth...
E pra fechar com chave de ouro, ou melhor com um vibrador de ouro, vamos falar da velhinha mais safadinha de todas, a que solta a franga com estilo e nunca deixa a piro&$#ca cair, quer dizer, a peteca cair, o grande oráculo dos sites pornôs, uma enciclopédia humana dos filmes eróticos de catálogo da locadora Formivídeo a formidável Walkiria, vulga Wal, mas vulga mesmo, sem dó, vai ser vulga lá num sei aonde... Pois é, essa vaquinha ai já deve tá beirando os 98 e ainda sim tem fôlego de criança pra fazer sexo, levando em conta as crianças de hoje é claro. Mas Wal sofre bastante com a sua timidez, você se pergunta, ela num é vulgar?? Pois é, mas em quatro paredes ela se transforma; sua timidez a impede de arrumar parceiros para o ato da cópula (essa é a desculpa que ela dá, mas no fundo todos nos sabemos que é porque ela é velha mesmo), o que obriga Walkiria a se extrapolar com o seu vibrador de verniz, que estranhamente já está todo descascado, será que ela é tão boa assim??
Acabamos de apresentar as velhas mais estranhas do universo, e você ai fique atento, que a qualquer momento uma delas pode estar atrás de você, e que não seja a Wal...
Uma boa leitura e até o próximo capítulo de Xícara de Fogo!!!

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Overdose cocacólica...


Voltei. E aproveitei todos os momentos desses dias de bebedera, bebendo coca cola até poder dar um nó no meu braço.
Neste carnaval eu me encontrava em Las Vegas "farm of play" (roça do meu vô), que mesmo com chuva, tudo que queriamos fazer foi feito. Bebendo coca cola o dia inteiro; jogando demorados jogos noites e dias inteiros, comendo carne e poções de tirar o fôlego, e rindo de todo mundo como se só isso fosse importante lá. E graças a Deus era. Talvez nunca mais voltemos lá, mas que eu queria repetir a dose eu queria.
Agora vou preocupar com o tg e beber muito leite pra ver se eu reponha a taxa de cálcio no sangue e recupero meus ossos, porque 48 litros de coca não é pra qualquer grupo de 10 pessoas.
Ainda mais se água pra beber...